SIGNIFICADO DAS CAPAS DOS ÁLBUNS
A ideia do ditado popular que diz que
“não se julga um livro pela capa” pode valer para discos também. No entanto,
seja em qualquer tipo de produto, é difícil ignorar o apelo de um bom design,
ilustração ou fotografia que indique ao consumidor o que pode vir naquela obra
e, assim, o instigue a consumi-la.
Há capas tão criativas e originais que
há nove anos foi criado o prêmio Art Vinyl para valorizar o trabalho artístico
das capas de disco de vinil. O organizador e criador do prêmio é o inglês
Andrew Heeps. Segundo ele, “o prêmio Art Vinyl trata de comemorar a ressonância
emocional dos melhores desenhos de capa e homenagear alguns dos heróis
desconhecidos da arte e do design, que oferecem identidade visual para tantas
bandas e artistas".
As capas de disco contribuem para a
construção de um sentido musical, enriquecendo o processo estético. Os anos 60’
foram essenciais para firmar a capa como elemento primordial para o disco. Foi
quando artistas plásticos e fotógrafos penetraram no mercado das gravadoras,
vendendo seus talentos e experimentando concepções visuais inovadoras.
Houve uma tomada de consciência da
importância dos discos e das capas como icônicas. Contudo, geralmente eles são
inseridos na história da música menos por sua visualidade que por sua
sonoridade, ainda que haja reconhecimento estético. Uma vez que se entende o
álbum como a junção disco e invólucro, contendo texto e imagem, fica evidente
que, a partir dos anos 1950, abriram-se caminhos para pensá-lo como uma
possibilidade de forma artística total da contemporaneidade.
A capa de disco é tão importante
quanto o próprio disco – ou, melhor dizendo, não é possível, em muitos casos,
separar um do outro. A capa é um campo que não só reflete a visualidade de cada
época, como também provoca, por meio de seus projetos gráficos, leituras
culturais de um dado momento na carreira do artista.
Por isso, é importante voltar às capas
do passado, para tentar entender o seu lugar em nossa cultura visual e musical.
- Zooropa (1993)
A capa foi desenhada pela Works
Associates of Dublin, sob a direção de Steve Averill, que havia criado a
maioria das capas dos álbuns do U2. Brian Williams foi o designer gráfico e
criou as imagens digitais e layout. Inspirada pelas imagens eletrônicas de
TV altamente carregadas em todas as suas cores, a Works Associates concebeu uma
espécie de “bandeira eletrônica" para Zooropa.
A capa apresenta um esboço do círculo
de estrelas da bandeira da Europa com um astronauta no centro da
imagem. A ilustração, criada por Shaughn McGrath, foi uma alteração
do "graffiti babyface" de Charlie Whisker que estava
originalmente na capa de Achtung Baby. O desenho da capa tinha a intenção
de representar uma lenda urbana de um cosmonauta soviético deixado flutuando em
órbita por várias semanas após o colapso da União Soviética.
No fundo há uma montagem de imagens tremidas, semelhante ao arranjo de imagens em Achtung Baby. As imagens incluem fotos do rosto e boca de uma mulher, bem como fotografias de líderes europeus, incluindo Lenin, Benito Mussolini e Nicolae Ceauşescu. Essas imagens são obscurecidas por um texto roxo distorcido compreendendo os nomes das músicas planejadas para o registro que foram fornecidas à Works Associates durante o processo de design da capa.
Zooropa foi nomeado como uma
referência à etapa "Zooropa" da Zoo TV Tour, que começou em maio de
1993, quando a banda completou o álbum. O nome é uma junção de
"zoológico" (da Zoo TV Tour e "Zoo Station") e
"Europa". Uma das propostas de títulos para este álbum foi Squeaky.
Alguns esboços de capa foram produzidos para escolha da banda e que no final foram rejeitados.
Li uma vez que pode se ler o título da canção WAKE UP DEAD MAN nesta capa, que entraria no album seguinte, POP
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