SIGNIFICADO DAS CAPAS DOS ÁLBUNS
A ideia do ditado popular que diz que
“não se julga um livro pela capa” pode valer para discos também. No entanto,
seja em qualquer tipo de produto, é difícil ignorar o apelo de um bom design,
ilustração ou fotografia que indique ao consumidor o que pode vir naquela obra
e, assim, o instigue a consumi-la.
Há capas tão criativas e originais que
há nove anos foi criado o prêmio Art Vinyl para valorizar o trabalho artístico
das capas de disco de vinil. O organizador e criador do prêmio é o inglês
Andrew Heeps. Segundo ele, “o prêmio Art Vinyl trata de comemorar a ressonância
emocional dos melhores desenhos de capa e homenagear alguns dos heróis
desconhecidos da arte e do design, que oferecem identidade visual para tantas
bandas e artistas".
As capas de disco contribuem para a
construção de um sentido musical, enriquecendo o processo estético. Os anos 60’
foram essenciais para firmar a capa como elemento primordial para o disco. Foi
quando artistas plásticos e fotógrafos penetraram no mercado das gravadoras,
vendendo seus talentos e experimentando concepções visuais inovadoras.
Houve uma tomada de consciência da
importância dos discos e das capas como icônicas. Contudo, geralmente eles são
inseridos na história da música menos por sua visualidade que por sua
sonoridade, ainda que haja reconhecimento estético. Uma vez que se entende o
álbum como a junção disco e invólucro, contendo texto e imagem, fica evidente
que, a partir dos anos 1950, abriram-se caminhos para pensá-lo como uma
possibilidade de forma artística total da contemporaneidade.
A capa de disco é tão importante
quanto o próprio disco – ou, melhor dizendo, não é possível, em muitos casos,
separar um do outro. A capa é um campo que não só reflete a visualidade de cada
época, como também provoca, por meio de seus projetos gráficos, leituras
culturais de um dado momento na carreira do artista.
Por isso, é importante voltar às capas
do passado, para tentar entender o seu lugar em nossa cultura visual e musical.
- All That You Can't Leave Behind (2000)
A fotografia da capa do álbum foi
tirada por um fotógrafo de longa data da banda, Anton Corbijn, no Roissy
Hall 2F do Aeroporto Charles de Gaulle em Paris, na França. Ao
contrário da cor ativa das capas nos registros da banda nos anos 90, é uma imagem
simples monocromática no terminal do aeroporto.
As primeiras etapas da capa, lançada
para a imprensa, mostra um sinal de partida onde se lê "F21-36", no
entanto, isso foi mudado para J33-3, em referência ao versículo bíblico de
Jeremias 33:3, "Clama a mim e eu te responderei coisas grandes e firmes
que não sabes".
Bono se refere ao número como o
"número do telefone de Deus". A letra "3:33 when the
numbers fell off the clock face" ("3:33 quando os números caíram da
face do relógio") aparece na canção "Unknown Caller" do álbum de
estúdio de 2009, No Line on the Horizon.
Capa desenhada na Four 5 One Design,
Dublin por Shaughn McGarth, Direção de Arte Steve Averill. Fotografia
colorida e interior de Anton Corbijn.
Alguns esboços para possível capa
do álbum do ano de 2000, com títulos como 'U2 Soul Surmer', 'U2 Sur Mer', 'U2
At Heart Zero', 'U2 Travelog', 'All That You Leave Behind', 'Grand Canal
Docks', 'Love Will Never Say Goodbye' e 'U2: 40'. Podemos notar que um dos
títulos é 'Beautiful Day', que foi o nome de um single do álbum. O nome
definitivo 'All That You Can't Leave Behind' também aparece em um esboço. Um
dos esboços foi utilizado depois como capa do single 'Electrical Storm',
lançado no ano de 2002.
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