SIGNIFICADO
DAS CAPAS DOS ÁLBUNS
A ideia do ditado popular que diz que
“não se julga um livro pela capa” pode valer para discos também. No entanto,
seja em qualquer tipo de produto, é difícil ignorar o apelo de um bom design,
ilustração ou fotografia que indique ao consumidor o que pode vir naquela obra
e, assim, o instigue a consumi-la.
Há capas tão criativas e originais que
há nove anos foi criado o prêmio Art Vinyl para valorizar o trabalho artístico
das capas de disco de vinil. O organizador e criador do prêmio é o inglês
Andrew Heeps. Segundo ele, “o prêmio Art Vinyl trata de comemorar a ressonância
emocional dos melhores desenhos de capa e homenagear alguns dos heróis
desconhecidos da arte e do design, que oferecem identidade visual para tantas
bandas e artistas".
As capas de disco contribuem para a
construção de um sentido musical, enriquecendo o processo estético. Os anos 60’
foram essenciais para firmar a capa como elemento primordial para o disco. Foi
quando artistas plásticos e fotógrafos penetraram no mercado das gravadoras,
vendendo seus talentos e experimentando concepções visuais inovadoras.
Houve uma tomada de consciência da
importância dos discos e das capas como icônicas. Contudo, geralmente eles são
inseridos na história da música menos por sua visualidade que por sua
sonoridade, ainda que haja reconhecimento estético. Uma vez que se entende o
álbum como a junção disco e invólucro, contendo texto e imagem, fica evidente
que, a partir dos anos 1950, abriram-se caminhos para pensá-lo como uma
possibilidade de forma artística total da contemporaneidade.
A capa de disco é tão importante
quanto o próprio disco – ou, melhor dizendo, não é possível, em muitos casos,
separar um do outro. A capa é um campo que não só reflete a visualidade de cada
época, como também provoca, por meio de seus projetos gráficos, leituras
culturais de um dado momento na carreira do artista.
Por isso, é importante voltar às capas
do passado, para tentar entender o seu lugar em nossa cultura visual e musical.
- How To Dismantle An Atomic Bomb (2004)
A capa do álbum traz uma fotografia em preto e branco, de Anton Corbijn, da banda sentada em um banco. O livreto e a contracapa apresentam fotos em preto e branco adicionais de Corbijn, bem como imagens estáticas tiradas de um vídeo de 8 mm feito por Joe Edwards.
O álbum foi desenhado com um esquema de cores preto e vermelho,
incluindo barras vermelhas repetidas (semelhantes às encontradas em placas de
sinalização) na capa e em todo o livreto, e um design de alvo em preto e
vermelho no CD. A arte foi desenhada por Shaughn McGrath do FourFiveOne
(atualmente Amp Visual), com direção de Steve Averill, que cuidou de grande
parte do trabalho de design do U2 desde os primeiros dias.
A foto da capa de How To Dismantle An
Atomic Bomb foi escolhida entre várias tiradas por Anton Corbijn em 2004, em
uma sessão em Portugal.
Alguns fãs da banda na época foram até
o local exato onde foi tirada a foto utilizada na capa, e registraram uma foto
parecida.
BONO: "Eu sou a bomba atômica que dá
nome ao álbum. Em agosto de 2001, meu pai morreu de câncer. Fiquei ao lado dele
sempre que tive oportunidade. Cheguei a viajar logo depois dos shows do U2 pela
Inglaterra para ficar a seu lado. Mas, quando ele morreu, pensei que poderia
ter feito mais. Eu me tornei uma bomba humana. Deixei certas coisas de lado e
bebi além da conta. O disco traz poucas canções engajadas e mais letras sobre a
vida. Meu desespero e minhas contradições estão ali".
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