DISCOGRAFIA COMENTADA
HOW TO DISMANTLE AN ATOMIC BOMB
How To Dismantle An Atomic Bomb
foi um álbum que não só levou mais três indicações ao Grammy para o U2, mas
também anunciou sua chegada importante ao Hall da Fama do Rock and Roll. Desde
o primeiro som das baquetas de Larry Mullen Jr e a contagem de Bono em
“Vertigo”, não havia espaço para dúvidas de que eles estavam no estado de
espírito para completar o círculo de ser a inabalável banda de rock que
conhecemos.
O início do projeto para o 11º
álbum de estúdio foi injetado com energia alimentada pelo enorme sucesso da
turnê "Elevation", que é uma celebração do álbum recebido com
entusiasmo, All That You Can’t Leave Behind. O U2 não estava disposto a
desistir da coroa pela qual havia trabalhado tanto, mas como quase sempre,
haveria muitos desafios a serem negociados antes que eles revelassem os
resultados de suas últimas proezas de estúdio.
As novas músicas de How To
Dismantle An Atomic Bomb (nome retirado da letra da música de encerramento,
"Fast Cars") começaram a chegar rapidamente quando as malas foram
desembaladas da "Elevation Tour", e as gravações começaram no sul da França.
A decisão de fazer um disco
definitivo de rock and roll foi firme, mas o objetivo de chegar à data de
lançamento do Natal de 2003 chegou e se foi, e logo Steve Lillywhite entrou no
papel de produtor principal do disco. Ele era a conexão com a pessoa austera e
formativa do qual o U2 necessitava, o chefe de um grupo de oito colaboradores
da produção que incluía confidentes como: Daniel Lanois, Brian Eno e Flood e
novos colaboradores como Jacknife Lee, Nellee Hooper e Carl Glanville.
Não pela primeira vez, a banda teve
gravações de trabalhos em andamento roubadas, o que na nova era digital era
ainda mais preocupante. Mas, apesar de todos os atrasos, a vitória foi um novo
conjunto de músicas que tem vigor e brilho suficientes para manter o rumo do
U2. Bono teve a forte impressão de que este poderia ser o melhor registro do
U2.
"Começou a ser um disco de
rock and roll, puro e simples", disse ele. "Ficamos muito empolgados
com o fato de The Edge não se sentar ao piano e mexer com uma peça de
tecnologia, porque ele é um dos maiores guitarristas. No meio do caminho,
ficamos entediados, porque acontece que você só pode ir tão longe com o riff
certo. Queríamos mais dimensão”.
O álbum é praticamente uma
continuação do anterior. Melodias bem azeitadas (gostei deste termo), rocks
básicos e diretos como o single ‘Vertigo’. É sem dúvida o disco mais rock
que o U2 gravou nos últimos anos.
A banda teve como referências,
“The White Album” (The Beatles), “Never Mind The Bullocks” (Sex Pistols),
“Different Class (Pulp) e “Dark Side Of The Moon” (Pink Floyd), que realmente
estão muito presentes na sonoridade das músicas. Bateria e baixo fazem levadas
simples, eficientes e diretas. Os ‘riffs’ de guitarra são cortantes nas linhas
vocais fortes, mostrando um U2 em transe e completamente apaixonado pelo Rock.
Quando ouvi o disco pela primeira
vez fiquei muito surpreso, pois ainda povoavam a minha mente os ecos do
excelente disco anterior “All That You Can Leave Behind”, um disco fácil, cheio
de hits grudentos e que faz o ouvinte gostar do álbum já na primeira audição.
Esse, portanto foi o susto que levei, músicas difíceis, poucos refrões, clima
pesado, apesar de músicas não tão pesadas assim.
O cartão de visita foi a
imparável "Vertigo", uma espécie de single definitivo do U2 que tinha
o riff na dimensão certa que o U2 queria. Foi uma das primeiras ideias para o
que se tornaria How To Dismantle An Atomic Bomb, um riff concebido na casa do
The Edge em Malibu que imediatamente soou como algo dos anais do rock clássico,
mas com uma vitalidade do século 21 que foi inteiramente feita sob medida.
"Vertigo" chegou no
início de novembro de 2004 e estabeleceu o relacionamento duradouro da banda
com a Apple quando fez parte de um comercial de iPod. A música caiu diretamente
em primeiro lugar no Reino Unido, seu sexto single no topo da parada. Foi
repetido em grande parte do resto da Europa, e sua presença continuaria sendo
sentida por anos: tanto em nome da próxima turnê mundial quanto na obtenção de
três prêmios Grammy, incluindo um para o seu vídeo.
Duas semanas depois, quando o
álbum foi lançado, ficou claro que o U2 havia superado todo o infortúnio para
completar um álbum de músicas novas e distintas. Apoiado por guitarras de rock,
ele veio com uma grande variedade de humores e ritmos, desde a ruidosa e
extrovertida "All Because Of You" até a contemplativa “Sometimes You
Can’t Make It On Your Own”. Esta última música tem um ritmo suave e determinado
que cresce com uma maestria quase incomparável e com aquele tradicional falsete
do Bono. Esta música foi a que ele cantou no funeral de seu pai em 2001.
O toque de genialidade do U2 aparece
justamente nas faixas menos roqueiras do disco, algumas músicas são hits em
potencial e, certamente já entraram para o hall dos clássicos da banda. É o
caso da segunda faixa “Miracle Drug”, linda, tem um crescendo maravilhoso e
envolvente.
O disco segue com boas canções
como “Love and Peace Or Else”, um rock arrastado, cheio de efeitos, “City of
Blinding Lights”, que chega a lembrar a fase 80’s da banda, e a cabeça e
romântica “A Man and Woman”. O melhor momento no entanto, está na faixa
“Original of The Species”, clássico absoluto, grandiosa em todos os aspectos, a
letra, bastante original, fala sobre a pessoa ser o que ela é em qualquer
lugar, e certamente já é uma das melhores músicas do U2.
O disco encerra com “Yahweh”, uma
música que tem bem a cara da banda dos anos 90 em diante. Na minha concepção o
principal tema abordado é o tumultuado relacionamento de Bono com o seu pai,
Bob Hewson, o que garante um caráter extremamente pessoal e intimista ao
trabalho e, segundo o próprio Bono, mostram “uma jornada do medo à fé”.
Uma curiosidade: para evitar
qualquer tipo de equívocos, em tempos de guerras e atentados (referência ao 11
de setembro), segundo o próprio Bono, a bomba (do título do trabalho), é ele,
depois que seu pai faleceu.
De fato, o álbum foi imerso em um
espírito raro que este quarteto desenvolveu ao longo de décadas até hoje. Com
músicas inspiradoras que abrangem todo um mundo de devotos. Como sempre, a
resposta pode ser medida em multiplatina: quádrupla no Reino Unido e na
Austrália, tripla nos Estados Unidos e número 1 em quase todos os lugares.
"All Because Of You",
"City Of Blinding Lights" e "Sometimes You Can’t Make It On Your
Own" tornaram-se singles significativos durante o primeiro semestre de
2005, quando a banda estava envolvida na turnê “Vertigo”, fazendo 131 shows em
26 países, para um total impressionante de 4,6 milhões de pessoas e com uma
arrecadação só em bilheteria de US $ 389 milhões.
As primeiras etapas foram em
arenas e estádios da América do Norte, apoiadas pelo Kings Of Leon, e
continuaram em um itinerário europeu. Uma segunda turnê na América do Norte chegou
no natal de 2005, depois foi a vez da América do Sul com uma excursão final na
Austrália, Nova Zelândia e Japão no final do ano seguinte. A turnê terminou em
uma noite sob as estrelas em Honolulu, cerca de 21 meses após a estreia.
Como em todos os esforços
anteriores, o U2 emergiu de um recorde e turnê com mais sabedoria.
"Cometemos erros o tempo todo", disse Larry Mullen. “Somos aprendizes
lentos, mas aprendemos. A única maneira de chegarmos a esse disco foi por esse
caminho. Alguns erros foram nossa salvação”,
Ficha Técnica:
Lançamento: 22 Novembro, 2004
Produzido por: Steve Lillywhite
Engenheiro: Carl Glanville assistido por Chris Heaney
Selo: Island Records
Gravado em: HQ em Dublin y Sul da França
Track List:
1.Vertigo
2.Miracle Drug
3.Sometimes You Can't Make it On Your Own
4.Love And Peace Or Else
5.City Of Blinding Lights
6.All Because Of You
7.A Man and A Woman
8.Crumbs From Your Table
9.One Step Closer
10.Original Of The Species
11.Yahweh
12.Fast Cars (Bônus track em algumas edições)
Singles:
VERTIGO (11/08/2004)
- Vertigo (Single Version Edit)
- Are You Gonna Wait Forever?
- Vertigo (Jacknife Lee 10")
- Vertigo (Jacknife Lee 7")
- Vertigo (Jacknife Lee 12")
- Vertigo (Jacknife Lee Instrumental)
- Neon Lights
- Video: Vertigo (HQ Video)
- Video: Vertigo (Audio with Photo Gallery)
- Video: Vertigo (Jackknife Lee 10" Lisbon Video)
- Vertigo (Redanka Power Mix)
- Vertigo (Trent Reznor Remix)
SOMETIMES YOU CAN'T MAKE IT ON YOUR OWN (07/02/2005)
- Sometimes You Can't Make it On Your Own (96 BPM Radio Edit)
- Fast Cars (Jacknife Lee Mix)
- Vertigo (Redanka Power Mix)
- Ave Maria (Jacknife Lee Mix)
- Vertigo (Trent Reznor Remix)
- Video: Sometimes You Can't Make it On Your Own (Live from HQ, November 16,
2004)
- Video: Vertigo (Video)
- Sometimes You Can't Make it On Your Own (Album Version)
ALL BECAUSE OF YOU (Canadá) (08/02/2005)
- All Because of You
- Fast Cars (Jacknife Lee Mix)
CITY OF BLINDING LIGHTS (06/06/2005)
- City of Blinding Lights (Radio Edit)
- All Because of You (Killahurtz Fly Mix)
- The Fly (Live from "Stop Sellafield")
- Even Better than the Real Thing (Live from "Stop Sellafield")
- Out of Control (Live at Brooklyn Bridge)
- Video: City of Blinding Lights (Live at Brooklyn Bridge)
- Video: Sometimes You Can't Make it On Your Own (Live Vocal Version Intro)
- City of Blinding Lights (Album Version)
ALL BECAUSE OF YOU (Europa, Ásia e Austrália) (10/10/2005)
- All Because of You (Single Mix)
- A Man and A Woman (Acoustic Version)
- Miss Sarajevo (Live from Milan)
- She's a Mystery to Me (Live from Brooklyn)
- Video: All Because of You (Video)
- Video: City of Blinding Lights (Video)
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