60 ANOS DE BONO
Para marcar seu aniversário de 60 anos, Bono partilhou uma lista com as 60 canções que "o salvaram", como escreveu nas redes sociais.
A lista é eclética. Vai da mais
recente Billie Eilish a David Bowie, passando pelos INXS, Bob Dylan, Kraftwerk,
Sex Pistols, Beatles, Elton John, Madonna, Adele, Iggy Pop, Bob Marley, Nirvana,
Nick Cave, Coldplay, Frank Sinatra, Bee Gees, Bruce Springsteen, John Lennon,
Elvis Presley, Frank Sinatra, Lady Gaga, Massive Attack, Luciano Pavarotti,
Pearl Jam, Oasis, Daft Punk, Pixies, Rolling Stones, Ramones, Kanye West, New
Order ou Johnny Cash. "Estas são as canções que salvaram a minha vida. As
canções sem as quais não consigo viver".
Além de mostrar as canções que o
marcaram, Bono fez questão de escrever uma carta de agradecimento a cada um dos
autores (ou herdeiros), aproveitando a ocasião para explicar as razões que
o levaram a ficar fascinado com cada um dos temas.
Na ocasião, o fã club, brasileiro, U2 sem fronteiras, fez um desafio para os fãs. Que escrevessem uma carta para o Bono explicando porque o U2 é tão importante na nossa vida.
https://www.facebook.com/U2SEMFRONTEIRAS/
O site u2tour.de fez um desafio
parecido e no final compilou em um livro as melhores cartas que recebeu e a
minha carta em homenagem ao U2/Bono foi classificada e publicada no livro na
página 168.
Abaixo segue minha homenagem aos 60 anos do nosso frontman.
Querido Bono,
Não sei como começar a lhe
escrever e não sei se você vai me entender. Já ouvi todos os álbuns do U2, assisti
a todos os DVD’s e li vários livros sobre sua vida e sobre a história da banda.
Hoje você é feliz e acho que realizado, mas você não esquece de sua infância
tanto que presta homenagem ao seu tempo de inocência e exalta muito à família,
bem como é um homem muito religioso. Valores que também prezo como ser humano.
Sou contemporâneo do álbum The
Unforgettable Fire, e foi justamente esta música que me fez mergulhar no mundo
do U2 e tornar-me fã há 36 anos. Em seguida, a ida à América por vocês que
resultam nos álbuns The Joshua Tree e Rattle and Hum e no documentário homônimo,
foram o nadir que faltava para concretizar meu apreço por vocês.
Nessa época, percebo o amadurecer
da banda e a ampliação a sua visibilidade. Construíram isso dialogando com a
música dos Estados Unidos, matriz de todo o rock que existe no planeta. O U2
(como o The Who e Led Zeppelin) é um power trio que toca para você. Há uma
concisão incrível no som que os três músicos produzem. E há uma assinatura
muito forte.
Com extraordinário talento como
homem de palco e excepcional inteligência para o que pode ser feito fora dele, você
se transformou numa grande estrela da música e levou o U2 para o lugar onde
estão as mais importantes bandas da história do rock. O U2 tem álbuns
importantes e repertório consolidado. Tem longevidade e, portanto, permanência.
E tem também posturas que projetam o grupo para além do mundo do rock.
Vocês fizeram de sua trajetória
musical algo que foi muito além da música, embora ela tenha sido o vetor para a
realização de seus sonhos e propostas de vida. A ponto de nesse sentido
ouvirmos na parte final da letra da canção “Breathe” a crença de “alcançar-se a
graça dentro do som”. Por sinal, a fé em um futuro melhor alicerçada nas boas
ações do presente é uma atitude constante da banda, mesmo quando vocês assumem
uma postura típica de estrelas de rock. A partir do álbum “Achtung Baby”, você inaugura
um período ímpar nos trazendo consecutivamente as figuras de “The Fly”, “The
Mirrorball Man”, “Mr. McPhisto”, “Bonoman” e “Shadow Man” como variações de seu
alter ego, desenvolvidas até mesmo para ironizar os críticos e os “haters”, que
nunca lhe deram descanso, e o próprio “showbusiness” como um espaço que não
deveria ser levado tão a sério.
Este é o meu U2, que
corajosamente já chamou a atenção do mundo para diversos temas sociais,
políticos e econômicos, e que tem você caminhando na noite de natal pela
“Grafton Street”, em Dublin, cantando gratuita e entusiasticamente ao lado dos
amigos ao mesmo tempo em que pede donativos para a caridade.
Se o objetivo da prece é elevar a
alma a Deus, a distinção de fórmulas não deve trazer desigualdade entre crentes
e descrentes de sua eficácia, o U2 se converte em prece para os meus ouvidos.
Do seu fã,
Alexsandro Capibaribe
Itapajé – Ceará – Brasil
Maio de 2020
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